sexta-feira, 17 de julho de 2009

Par? Impar? Não! Bar, Embar!

Natal, 17/07/2009.

Chegamos. Chegamos a um momento em que o outro não é mais um outro que nos suporta, mas que aporta em nós e não nos deixa deixar o porto por pressuposto de que estamos felizes... felizes juntos fazendo pratos e esperando as vitaminas das refeições serem vitaminas da alma que irrigam o coração cansado de estar estando sem estar e está à procura de não estar com nada que não seja sua artéria entupida de fumaça de cigarros fumados nos bares que paramos perto e longe dos portos que aportamos ao longo de nossa história de solidões compartilhadas e de multidões parte ilhadas em sis que se disseram nós em momentos de elucubrações inócuas que inoculavam as dores da solidão que agora adoramos...
.... E então, fazemos o quê?
Esperamos que este outro se torne de outros e nos deixe viver a vida vívida e límpida de uma alma que se quer acompanhada solteira nos dias de semana que servem para vitaminar o coração hipertenso para os tensos dias de finais de semana intensos e tesos de tesão e de retesação de emoções singulares e diálogos entre o eu e o eu mesmo ...
...ou, então ...
Lembramos de momentos em que a vida era solidão em travesseiros verdes de esperança esperando, calados, em camas frias e vazias em que fazíamos amor conosco e sentíamos o pesar de estar amando um um inseparável de nós: o eu ... e amando e querendo que outros outros se candidatassem à vaga do travesseiro verde de esperança ao lado, prostrado e amassado e cansado de abraços que lhe dávamos em momentos de desespero de corpo ... de desespero de alma ... e de tédio da calma solitária que agora desejamos intensamente ...
... éramos cheios de nós e de nós e nós esperávamos estar cheios deste outro que agora nos enche ...
Somos estranhos ... mas ainda somos entranhas ... e entramos nas vidas de outros e queremos viver a vida de nosotros ... tornamo-nos, nós, os outros de nós mesmos ... mas continuamos ...
... continuamos indecisos, ou decididos a sermos ermos de nós e sermos de outro ...
e servos de nossa dúvida na vida vívida que escolhemos viver intensamente e, assim, intencionamos não criar tensão ... porque temos tesão demais pela vida...
... e vivemo-la de bar em bar, de par em par, de lar em lar ...
e voltamos para casa, felinos felizes que encontraram na vida a explicação para as dúvidas de viver ... ímpar.