sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Não tenho medo de morrer... tenho medo de não ter vivido ...

Natal, 22/11/2013.
Quando olhos para os lados e vejo que a vida passa a passos largos e deixa em minha alma suas pegadas, sinto-me vivo.
Carrego em mim os quelomas que me foram dados pelo prazer de poder sentir sem me ressentir, de querer sem ter – na verdade – querido tanto, mas sendo quisto por todos os que quis e tendo querido ser quisto por todos os momentos que não quis ter, mas tive sem querer ...
Carrego em mim o desejo de morrer de um eu que não existiu por muito tempo, mas que resistiu tempos infinitos em secretos semblantes de verdades não ditas porque desnecessárias no momento verdadeiro em que se faziam presentes os quereres que todos os outros que vinham querendo ter verdadeiros momentos de vida e morriam de desejo de poder sentir que a vida estava sendo mortalmente vivida, intensamente assassinada de todos os desgostos para regozijar em alegrias vívidas ...
Não, não tenho medo ... não tenho medo de nada que a vida possa me dar, mesmo que seja a sua ausência ... aquiesço aos momentos e às perdas que me são dadas pela vida porque isso é viver ... viver e não ter a vergonha de sentir o ódio e a malícia de não me ressentir de todas as culpas dos outros que me trouxeram vazios intermináveis que se esvaiam em momentos de alegrias dadas gratuitamente por gentes que simplesmente queriam um pouco mais de vida ... de vida que fosse vivida intensamente, que fosse vivida imensamente, e que trouxesse imensos vazios em mim que pudessem não ser preenchidos com nada além do meu desejo de manter o vazio ali, cheio de todos os meus medos e de todos os meus desejos insensatos que sensatamente eu queria manter ...
Sim, este sou eu que aqui estou para ti como sempre estive: nu.
Nu de mim mesmo e vestido de todos os eus que me querem os outros vestido, revestido, investido, travestido ... desses todos eus que me são impostos, mantenho a alegria de poder desnudar-me a cada momento         que vivo em mim e de mim tiro a alegria de poder, de certa maneira, ser um pouco mais assim: medroso de vidas vazias de sentimentos. Medroso de sentimentos vazios de vidas cheias de nada que são, para esses que apenas tem esse monte de nada a lhes preencher, um tudo em todos.
Cá estou, sem medo ... porque penso que estou a viver os momentos perdidos em mim que jamais tive medo da única coisa que tenho certeza: vivo!
Vivo?
Oi? Cê tem alguma dúvida?
Claro!!!
Então, Tim Tim ... eu também!