sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Não vou lhe beijar, gastando, assim, o meu batom


Natal, 21/09/2012.
Entre, razão. Assim penso e assim vivo a vida que suplanta um coração que bate no mundo e sente a vontade de gritar aos quatro ventos que há tenho coração que queria ser um peixe para em seu límpido aquário mergulhar e fazer borbulhas de amor .... passar a noite em caro, longe de ti.
Assim, entre intertextualidades sem sentido e sentidos sem qualquer textualidade, vou vivendo essa vida vazia de ti e cheia de desesperanças deixadas por um pedido de adeus que a Deus pertence ...  uma simples necessidade se sobreviver, se subsistir a todas as intempéries que a idade traz ... e nos impede de correr atrás de nossos desejos de vida ... desejos de estares e de desestares ... mas desejos vívidos, límpidos e capazes de serem sentidos na brisa do mar que sopra desesperança ...
Por isso não tenho em meus lábios as cores que marquei com o batom da esperança ... com os bastão das desesperanças .... tenho, por outro lado, apenas uns lábios que suplicam um pouco de cor que só podem brotar de seus olhos marejados de lágrimas de esperança de voltar atrás e de ser capaz de não deixar que tudo fique para depois ...
Então, porque não vou lhe beijar gastando assim o meu bato?
Talvez não queira lhe beijar ... e deixar que tudo se repita num nada frequente e numa vida de desesperos intermitentes que brotam da sua insanidade, da sua insaciedade, da sua insapiência ... da sua in ... in ... in... in qualquer coisa que me exclui de ti, para me incluir nas suas carências, na suas dependências e na cobrança de que a minha independência sucumba a sua carência decadente .. a sua decadência ... a sua dez cadência ... e a sua des cadência. Sim, a sua irregularidade ... ou  a uma irregularidade regular que regula a sua vida .... e pede que a minha seja desregulada ...
Talvez não tenha eu mais batom nos lábios para colorir um sorriso apagado pelas dores de querer continuar sorrindo, mas dever continuar sofrendo pelas intempéries de subsistir na ânsia e poder ser colorificado pela coloração dos amores que vêm e vão sem deixar qualquer impressão de cores vívidas ... e que deixam uma carga de pretos e brancos que se intercalam em tons de cinza ....
 Decididamente ... não vou lhe beijar ... nem vou gastar assim, o meu batom ... resta saber o porquê de tantas reticências.... de tantas reminiscências ... quem sabe eu não esteja apenas esperando que você queria gastar o seu batom em beijar-me descompromissadamente .... ou não.