quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Queros. Queres?

Natal, 10/11/2010.

Quero ver e reverter as dores que bebo em copos amarelos em sabores de exterioridades de um eu inexistente, inconsciente, mas latente de inexistências completas de vazios cheios de nada.
Quero retesar em mim as lágrimas que vertem de olhos que olham o vazio e sentem o vazio de estar em si e de sentir o desejo de se encher de muitos eu-corações que não batem mais no mundo ... batem mudos: calados por dores e odores que sentem em todos os poros que vertem de si os prazeres silenciosos de muitos gritos abafados pelo sentido das dores que não doem, mas corroem os significados silenciosos ardentes de desejos cautelosos ... de anseios caudalosos.
Sem riscos e sem coriscos, quero transbordar silêncios vis e viris ... e poder sentir o desejo de desejar não desejar, mas correr para longe de todos os não quereres que podem se estacionar nas glândulas lagrimais de olhos que veem o invisível e obstruir a passagem das lágrimas que reteso.
Sem anseios de cumprir pena na liberdade assistida pelos olhos sociais do desprazer, quero reter-me, mas sem deter-me em incognoscíveis gritos calorosos ou ardorosos.
Sem desassossegos, quero estar estando em mim, em esferas estratosféricas de muitos sentimentos indizíveis, de muitos sentimentos invisíveis, mas sentidos em carnes cortadas por facas afiadas por palavras sem sentido, mas que produzem sentido ao serem sentidas em seus múltiplos significados.
Sem nada, quero tudo o que pode haver e tudo o que não há, quero poder criar simplesmente para poder ter o que não foi ainda criado por outros, mas que subsistem em mins afagáveis, em mins afogáveis, em mins ... mins que são múltiplos nos significados, mas únicos em significantes, assim, significantes únicos plurais.
Dizia quero, mas querer não é conjugável em primeira pessoa nesse universo de mins, deveria dizer queros, porque queros já é um plural singular. Queros é um querer de muitos consubstanciado em um único múltiplo, que de singular tem apenas a pessoa de quem emana tantos queros.
Queros tudo.
Queros tudo que tem nada.
Queros nadas que têm tudo.
Enquanto os queros vão sendo elaborados, os desqueros vão sendo eliminados por todos os outros sentidos abafados na singularidade plural do simples querer.
Mas o que queros, afinal? Queros estar aqui querendos ... morrendo aos poucos com os odores da vida que se esvai, mas não vai, porque quer mesmo é ser esvaída aos poucos, em copos amarelos iniciais, em vistas turvas finais, em vísceras intermediárias que não intermediam nada, apenas estão no meio do nada que é tudo envolvido por quase tudo.
Queros liberdade... ou mais ... quero descobrir que estar livre é estar em seus braços, cheio de abraços fracos fortes de emoções que imagino na minha mente que quer todos os queros.
Queros estar contigo ... porque queria dizer que descobri a liberdade de poder não falar o que queros, de ouvir o que não queros ... e, ainda assim,saber o que queros... ou queremos.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

em quanto isso ... em canto isso ... encanto isso.

Natal, 19/10/10.
Enquanto tudo passa, passa os quantos tantos quereres que queríamos ao longo da existência vil e vamos nos comensurando ao poucos que são incomensuráveis para nós e nos dizem coisas que não queríamos de nós mesmos saber ... mas precisamos.
Precisamos incomensuravelmente saber quem somos, onde estamos e o porquê de estarmos estando aos poucos mocos de nós mesmos, mocos pelos nós de nós ... e aos poucos cheios de nós em nós ... que desatamos com dentes vívidos e olhos ávidos pela alegria de poder não estar sendo, sem ter sido ... mas sendo assim mesmo.
Ponto final. Para quê, se as interrogações exclamam a dor de não saber de nada e querer que nada saibam de nós ou dos nós que temos em nós? Não estou atrás de pontos finais, nem depois deles porque pontos finais são sinais de fins e sou inacabado, incompleto porque sou completo de mim e de muitos mins que habitam minha consciência inconsciente das dores que sussurram palavras invisíveis aos ouvidos moços ... que ouvem e auscultam as predições de um coração que bate, forte, e sussurra gritos silenciosos de alegria aos movimentos dos nervos que exalam calor e exaltam as dores de existir ...
... e de insistir ...
insistir que tudo pode ser muito mais do que poderíamos querer ter sido, que poderíamos ter tecido ... e nos retorcemos no que, sem saber, temos insistido e assistido sermos ...
somos em quanto ... e enquanto somos, vamos subsistindo na alegria de existir e resistir. Resistir às dores e às flores que vamos colhendo pelos caminhos cujas pedras inexistem porque as transformamos em areia à beira do mar, à beira do amar ... e amamos.
amamos amenos amores
amamos amenos sabores
amamos amenos dissabores, mas
amamos, ao menos
e não amamos menos,
nem somos amenos aos sabores dos amores.
é isso que somos, somos amantes de amores não amenos, não serenos, não terrenos, somos marcianos de nós, somos nós de marcianos que habitam o verde da vida e veem a vida passar aos poucos e não a deixamos passar por nós amenamente a vida que em nós existe, que em nós insiste ... e que não precisamos desatar porque estamos a ela atados por nós invisíveis de cordas fortes que não são vocais, são vogais abertas que emprestam vida às consoantes de nossa vida .... aos consoantes de nós.
Somos difusos, somos em quantos? Somos tantos.
Tantos segredos que cercam nossos nós que vamos nos cercando de nós mesmos para podermos dizer a todos os não-nós que somos o que queremos ser e não tememos o que queremos ter e ser ou reter ou deter ou verter.
Vertemos nós ... porque é o que temos, por enquanto.
E desses por enquantos que encontramos nos caminhos de areia, ouvimos vozes que nos dão em quantos? Em muitos ... porque nos dividimos para existir para os outros e nos completamos com a divisão que de nós fazemos.
Ao dividir, multiplicamos os nós, e vamos nos desatando com outros nós que encontramos pelos caminhos sinuosos e silenciosos de nossos gritos invisíveis ... de nossas palavras intangíveis e ininteligíveis aos outros ... mas nos completamos de nós.
E o nós não são apenas os eus divididos, são os eus e tus que se associam por tempos determinados pelo não saber quanto tempo, e vamos em quantos? Em dois.
Dois que não são um porque são dois, evidentemente. É em quanto?
Em quantos?
À cântaros!
Por isso não somos amenos ... somos, ao menos, nós ...
Que temos o que merecemos,
Que desejamos querer ter sido o que somos
Que não dez esperamos, apenas esperamos dez.
Dez de alegria, desde que não sejamos só nós, mas que sejamos nós todos em dueto com a alegria de podermos dizer: somos ...
Mesmo que isso seja apenas por enquanto. Ou por encanto ... ou em canto.
Canto de nós.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O que quer dizer o que quero dizer?

Natal, 06/10/2010.
De muito do que se quer dizer, nada se pode dizer sem querer, pois o que se diz sem querer é o que se quer dizer sem poder. E, como somos seres em possibilidades de poder dizer o que queremos dizer, dizemos o que podemos ... e, aos poucos, ficamos sem dizer mais nada porque o que se diz já não condiz como que se quis.
Assim, caminhando no silêncio das palavras auscultadas pelos ouvidos mocos de corações outrora selvagens, seguimos sem dizer nada, sem querer nada, sem nada poder querer e querendo poder dizer que queremos o que quisemos, sem querer muito, ou querendo muito sem conseguir explicar os porquês dos quereres se esvaírem em cotidianidades acéfalas que organizam os eu-corações que batem no mundo ... seguimos a vida e a vida seguimos, perseguindo os quereres antigos e refletindo muitos antigos quereres retesados nas dores dos olhos tristes que sorriem lágrimas invisíveis a cada momento de despoder dizer o que se quis.
Assim, desse jeito, a vida vai levando os poucos sorrisos de alegrias ditas aos outros todos, e torna a existência uma sentença com muita subordinação, pouca coordenação e diversas adversações, ou seja, a sentença se torna sentenças e as sentenças torna-se períodos de parágrafos longos que infringem as regras do texto criado com tanta coesão na cabeça da gente que se esquece da coerência necessária à existência vil, viril, ardil e pueril que queríamos poder dizer que temos ...
... e temos
... e tememos
... e teremos
Ou, pelo menos queremos ter.
Assim, de novo, vamos tendo tempos de sorrisos invisíveis, de lágrimas transparentes que não cruzam o rosto porque sequer nascem das pálpebras cansadas de existir na subsistência de uma existência quase inexistente, mas sorridente, às vezes.
Às vezes, porém, nada disso é o que quero dizer ... às vezes quero dizer que tudo são lágrimas que transbordam das pálpebras, invadem a face e entram na boca: água salgada que rega o coração partido, bipartido, entretido ... enternecido de poucas aflições, e cansado de tantas comiserações de uma vida volátil ...
E assim, vísceras da vida recobrem sorrisos largos, afagos parcos, e aspargos amargos comidos nas refeições naturalistas de carnívoros sedentários ...
Somos assim, complicados de nos entendermos, complicados de nos enternecermos, mas cheios de vida que existe em nós ... em nós que desatamos a cada dia, para criarmos novos outros nós que vão ser, novamente, desatados .... enquanto nos desatamos da vida que queríamos poder dizer ter e nos retesamos na entrada da vida que efetivamente temos.
Digo, então, vou ainda querer dizer muito mais, mas digo que jamais deixarei de dizer que viver é assim, sem calar, calando aos poucos numa subordinação à regularidade, è regular idade que vem chegando e nos deixando cada vez mais sem saber o que dizer. Neste silêncio que grita palavras invisíveis a ouvidos mocos, grito: Tô vivo, e vou vivendo todos os momentos sem que ninguém diga que não os vivi.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Interventão: Em meios, entremeios, de eus aos meios.

Natal, 24/09/2010.
Em meio a um mar de coisas, muitas meias coisas para o mar, coisas ao meio para amar, mar de amor para amar, ou para o mar ... terá outro meio? Talvez.
De todas as coisas pelo meio que no meio de nossas vidas vão aparecendo, somos meio bobos e nos entendemos pelo meio que somos. Metades. Metades de coisas que meio queremos, meio não queremos, mas que nos colocam no meio de tudo o que há, no meio de tudo que ao mar queremos levar e que do mar queremos, pelo menos um pouco, resgatar, retratar, refratar ... somos e vamos sendo meio de metades de tudo que somos pelo meio.
Não temos como nos afastarmos de nós e nos vermos pela metade que deixamos em nós mesmos, e vamos vendo nossas metades nos tornar inteiros nos momentos de felicidade e nos tornar menos do que metades nos momentos de infelicidade, mas tudo são metades de alegrias porque as metades de infelicidade são grãos férteis em terras inférteis de um querer febril que nos torna meio inconscientes de nós meiosmos ...
Vamos sendo, então, osmose constante que irriga nossas veias meio entupidas de vícios que vamos recolhendo do meio em que vivemos. Vícios bons, vícios maus, vícios meio maus, e vícios meio bons.
Parece que pensar em vícios sempre nos dá uma impressão meio ruim. Mas isso é apenas metade da verdade em nosso meio. Há vícios que são meio maus: aqueles que nos deixam meio tristes ... vícios meio bons: aqueles que nos deixam quase meio tristes ... vícios maus: aqueles que nos fazem ver a nós mesmos como meio das dores dos outros ... e vícios bons: aqueles que nos fazem ver a nós mesmos como ruins, sem sentirmos dores de sermos ruins em nós que vamos fazendo em nós mesmos ...
Todos esses nós, aparentemente ruins, são nossos pontos de refúgio, são os locais da corda de rapel em que nos apoiamos na ribanceira da vida quando estamos no meio da vívida vida vivida ...
O amor fazedor de nós na corda da vida é o mesmo amor que nos coloca no meio de tudo. É o mesmo amor que nos enternece ao anoitecer à beira da praia observando o mar meio revolto que deita suas ondas na terra e umedece a cratera criada em nossos corações meio esburacados pelo tempo de bombear sangue para todas as veias meio entupidas ...
Somos efêmeros ... meio isso, meio aquilo ... e nada pelo meio.
Não há meio. Vamos nos completando a cada dia com as dores que sentimos e que transportamos para uma personalidade meio confusa, em meio a tantas respostas dispares, ou seja, meio razoáveis, meio loucas...
Então, não tem outro meio, vamos levando todas as coisas para o mar: não meias coisas, mas coisas ao meio, porque as esbugalhamos com nossos dedos com veias meio entupidas e que enxergamos com nossos olhos meio turvos, meio curvos .... estrábicos, olhos que sentem o vento que venta na ventania que nos levam para toda parte do imundo mundo que somos obrigados a viver meio mudos.
No silêncio de nós ao meio, gritamos: não estou ao meio, estou no meio de tudo o que há para viver, estou a viver no meio de tudo que não viverá mais do que se pode ou se deve, no meio de todo o nada que é tudo o que temos ... é nesse momento que podemos sair do meio de tudo e podemos ficar com nós inteiros.
E, inteiros de nós, ficamos no meio de todas as coisas feitas (e que construímos) para amar. No meio de eus-corações-que-batem-no-mundo, mudos de prazer por poder subsistir e dizer “Não estou ao meio, porque sou meio idiota mesmo”, sentimo-nos inteiros. Inteiras metades de nós, cheias de vós ... e muitas vezes sem voz.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Entres, queridos.

Natal, 01/09/2010.

De tudo um pouco e um pouco de tudo ronda a existência daqueles que sonham em ser o que não podem ser e de ter o que têm outros tantos e a eles, os que querem não é permitido.
Tudo, porém, é permitido àqueles que sempre souberam que queriam ser apenas aquilo que são ... e vão sendo pela vida em existência vil que sublima quaisquer outros desejos de desesperanças que desesperam pela vida que enfrentam ... há vida, porém.
Espera-se que todos os outros que cercam esses queredores saibam que eles vão querendo apenas o que podem ... e vão tendo tudo o que querem por saber querer. Não querem demais, apenas querem mais e mais ... e vão nesses mais sendo felizes com os poucos quereres conseguidos por intermédio de momentos de dores e odores que refletem as cores do sofrimento inexistente, mas latente ...
Assim é a vida dos que sabem o que querem e querem apenas o que sabem ... não de iludem com as possibilidades de novos quereres e vão apenas sobrevivendo na selva de desejos desejáveis e desejados em desterros de desafeto que afetam os poucos quereres queridos e, também, despertam o desejo de querer um pouco mais, de sobreviver um pouco mais, de subsistir um pouco mais na selva de ofertas dadas e doadas a preços exorbitantes no coração que bate no mundo, imundo ...
Mesmo assim, vida vivida e se torna lívida na entrevida dos momentos felizes que se passam com ventos que sopram na cara excrementos do sal do mar ... e cegam as vistas grossas que são obrigados a ver ... e veem...
Veem que tudo pode ser como é, simplesmente.
Veem que tudo pode ter como têm, simplesmente.
Veem que tudo não pode mudar como muda, sobejamente.
E existem ...
Existem em momentos de muitas alegrias ao lados de sorrisos inocentes e descontentes com a certeza de que os queredores apenas querem o que lhes é oferecido pelo mundo ... e não estão dispostos a pagar os impostos impostos pelos outros todos que não sabem querer e querem muito mais do que podem ou devem querer. Esses desquerem. Desquerem porque buscam perfeições nos outros queredores envelhecidos pelos percalços que calçaram durante a vida que tiveram viris e tornaram-se vis ... assim, simplesmente.
Assim, de tudo o que se pode ter, tem-se tudo o que se pode querer ... e saber querer é saber existir nessa vida em que todos querem, e poucos podem, realmente, regozijar-se com o tudo que têm quisto.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Folhas mortas no jardim do éden

Natal, 08/06/2010.
Aos poucos, as folhas que reluzem vida nos galhos das árvores e fazem sombra para a esperança se desesperam e se desesperam ... enternecem-se da luz que vai se esvaindo e apontam para o cansaço que ronda as rondas das noites ... e com elas o cansaço apronta afronta as esperanças desesperadas dos desesperados que esperam a vida não passar .... mas que passa de qualquer maneira... em passos largos que causam descompasso pelo caminho de pedras que a vida construiu á frente daqueles que se dizem esperançosos.
Assim é que, vividas de vida, se desvidam e duvidam da possibilidade de prosseguir galhos verdes colados e se descolam para beijar o chão, ainda verdes, cheias de esperança de que uma gota de orvalho as sustentem de oxigênio e hidrogênio em quantidade suficiente para não se tornarem deficientes ... ou delinquentes ou dementes ...
No chão, esperança terra, as esperanças se desesperam com a osmose que inexiste na terra que as sustentou e, agora, as suplanta ... e vão, aos poucos recebendo o sol que era luz e agora se torna chama que queima ... que arranca delas as mínimas energias que ainda contém ou detém e, por isso, sentem-se descontínuas: lascivas folhas esperançosas sem esperança de sobreviver a inexistência da água para lhe molhar as têmporas e fazer com que os temperos da vida se tornem menos amargos na subsistência vil, ao chão ... mas subsistem ou subexistem na desesperança de esperar que o desespero se desacelere e possa, aos poucos, esperar ...
Que passe:
A dor,
O rancor,
O calor,
O amor ...
E ele, o amor, continua a subsistir entre as folhas agora mortas que recobrem o solo fértil e se solidificam húmus necessário para a continuidade daquilo que foram outrora e, por magia da natureza, retornarão a ser (ou a não ser), mas serão de qualquer maneira ...
Mortas folhas no jardim do éden esperam que o tempo, que sabe passar, passe e leve a dor que seus pequenos corpos enrugados e amarronzados pela falta de água se tornem novamente folhas .... mas a dor de ter passado pela queda e ter beijado o solo que lhe negou osmose de vida existirá para a vida toda, ou para toda a vida, mas, mesmo assim, vivida.
... em doses homeopáticas.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Queria ser ...

Natal, 30/04/2010.
Queria ser livre para amar e poder não amar por ser livre. Queria ter podido experimentar o vazio e nele me deleitar ... queria ser triste e que regozijar da tristeza, na tristeza ... queria ter podido não estar onde estou e fazer o que faço ...
Queria .. queria ... queria ...
Mas deixei de querer o que, na verdade, nem cheguei a querer, pois sempre quis o que estou, onde estou, e passei a ser um querer em mim mesmo, um ser em mim mesmo ... um eu cheio de tantos outros eus que não me desencontro de mim porque estou repleto de muitos mins que me formam e transformam e deformam e reformam ... estou e sou.
Sou o que sempre quis ser e esta constatação me leva a crer na necessidade de se ser o que se quer ser sem que seres outros sejam sérios o suficiente para serem seres como eu que apenas sou ... e vou sendo o que sempre sou ... eu, repleto.
Sou aquele que é pela vida e sabe que tudo não sobrou nem foi pouco, tudo foi a exata medida da necessidade do momento de existir em que me encontrava, em que me desencontrava, em que me reconfrontava com todos os outros não-eus que não quis ... sou Ney certo e errado que divide, o que não tem duas caras e na verdade existe ... sou neys pelos mundos imundos, ou imundo no mundo mudo .. e vou mudando as molduras de gritos silenciosos que insistem em parametizar minhas existências vis e viris na cidade que é sol, e que nunca é só.
Aqui, pensando em tudo o que todos querem que eu seja, sou o que todos não querem deixar de ser, sou apenas um ser que é ...
Nãose questiona, amigo, o ser que é, pois ele apenas é a penas e apenas. É isso.
Simples como ser é estar sendo e se saber ser como ser ... como ser que sempre sente o desejo de continuar a sendo sentido ... e fica ressentido se não sente o sentido de tudo e de todos que se sentem ... de todos os que se sentam e esperam a vida passar a passos largos largados na estrada serena da vida sentida, sem sentido.
Não, assim não sou.
E vou não sendo, então, vou retesando os não-ser que me envolvem com suas serenidades e sorrio de suas amarguras e me amarguro de seus sorrisos falsos e seus olhares de soslaio para uma vida que passa ... para uma vida que embaça ... para uma vida que, neles, somente se esboça viver de vivacidade .. porque não têm sagacidade de perceber a necessidade de se adequar à idade e sentir na cidade a capacidade de se ter felicidade.
Assim, então, sou e vou sendo até que a vida me prove que deixei de ser.
Neste momento, morri. Morri para re-ser, porque não estou preparado para deixar de ser aquilo UE sempre sonhei ser: eu.
E, aqui, amigo, estamos eu e você sendo um parte do outro neste momento em que somos apenas interlocutores de nossas entranhas. Eu entranhado nas minhas, você estranhado nas suas ... mas ambos sendo ...
Esperei tempos para perceber que me entranhava de mim e me estranhava em mim ao ser o que queria poder ser ... agora, contento-me com isso. Agora entranho-me nisso .. agora, bem, agora, não tenho mais tempo de deixar de ser.
De deixar de ter
De drenar o ser para o interior de si mesmo e retesar os gritos silenciosos de meus sorrisos que largamente dou no mundo ... dou para o mundo.
Para o mundo de seres sorrio, não olho de soslaio, não tergiverso. Não.
Faço pequenos versos de mim para conjecturar contigo as necessidade de ambos, eu e você, sermos o que somos, sem nos questionar, sem nos represar em esperanças vis, em desapegos em desassossegos.
Viemos, embora não saibamos ao certo o porquê, todos os momentos de nós ... e não estamos sós, porque temos eus outros ao nosso redor. Assim, vamos, caminhemos, andemos, corramos, soframos ... e sopremos todos os males para o longe ... e deixemos as dores de lado, para abraçarmos as cores da vida ... transparente.

sábado, 10 de abril de 2010

Edificar ou é de ficar?

Natal, 10/04/10.
Não sei ao certo se questiono, tenciono ou tensiono, mas sei que tenho sono. E sonho em poder saber se com tudo que edifico, fico, ou se só fico porque edifico. O certo é que fico a edificar com todas as coisas que nunca fico porque sou fadado a edificar.
Há tempos estou a ficar e pensar no que dizer a mim mesmo sobre as coisas que tento pensar, repensar e retesar neste eu-coração que bate no mundo e espera a desesperança brotar e trazer de volta aquilo que se acostumou a conviver, a combater, a convalescer: a solidão.
Não me permito mais solidão, mas me solidifico em saber que a solidão não abandona os seres que com ela estiveram em conjunção ... ela espera, à espreita, pelo momento do retorno e se torna presente, mesmo que ausente ...
Não há mais conjunção sem solidão quando se experimenta a lenta dor, alenta cor, de se sentir à procura, à espera, à espreita ... e isso se torna uma forma de se edificar e consolidar em si a necessidade de não se sentir mais apenas em conjunção com a solidão, mas em conjugação com a solidão e com a imensidão de ilusão que a companhia fresca refresca na mente dormente de gente que simplesmente genta ...
E gentar é uma forma de edificar e de ficar com tudo que é de ficar ... é de fisgar ... é de figurar na vida de uma existência vil e viril, antes que tudo se torne anil ... e a gente que genta, barril.
Estou, então ... e vou estando até que estar se torne um edifício difícil de se reconstruir ou se reconstituir, porque a vida nos mostra que tudo é fácil de destruir ... e reconstruir, como dito, se torna algo impraticável para algumas gentes que sempre gentaram sem questionar muita gente ... especialmente gente inteligente e exigente, porque a vida torna a gente intransigente.
De fato, estou é difícil.
Difícil de me desencontrar de mim mesmo,
Difícil de me encontrar em si mesmo,
Difícil de te encontrar em mim mesmo ...
Difícil de não admitir que estou em ti,
Difícil de desistir de ti,
Difícil de desistir de mim mesmo ...
Mesmo que com isso tenha de resistir ...
Sem muito exigir.
... e vou edificando.
Edificando desejos que sempre estiveram por aqui. Edificando anseios que sempre estiveram a espreita de mim e à espera de ti.
É ... de ficando em ficando, acabei por aportar em ti para estar à espera, mar aberto, de seus navios de sorrisos infantis e brincadeiras descompromissadas, inconscientes, que tornam minha inconsciência ciência ...
... ciência que explica para o nada que tudo o que vale a pena se mostra vil no começo ... viril no começo ... e começa a formar na mente da gente a esperança de que, se ficar, poderemos edificar.
Então, me permito é ficar edificando em mim as esperanças que tive de poder ser selvagem ... e sair Pessoa de todas casas, de todas as lógicas, de todas as sacadas ... e ir ser selvagem, entre braços brandos ... palavras invisíveis que vão batendo no mundo, olhos vis e viris que vão fotografando o silêncio e dedos atrevidos que buscam nas entranhas de ti, o tato, o contato consigo mesmo ...
e encontra ...
... e nem é difícil.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Foto Grafar.

Natal, 19/01/2010.
Talvez não desesperar seja não esperar, ou esperar nada ... e continuar nadando no nada ... e fotografando perfumes que não exalam, mas se exalam, evaporando as esperanças ... talvez a vida seja pouco ou demais para mim, como diria algum Pessoa ... e, ainda, talvez o medo de vivê-la faça-me não conseguir viver ... pelo menos não como e quando se desespera.
Voltei a ficar em mim ... e a receber de mim os prazeres que os outros não-eus não podem dar, ou podem e eu não consiga receber por não saber receber ...
é isso ...
preciso fotografar o aprender e apreender suas significações sem me prender ... e me deixar render às comiserações de outros não-eus penalizados pelo meu desespero de desesperar nas horas certas e esperar nas horas erradas ...
e nesse precisar, não sou preciso o suficiente para me concentrar no nós e deixar que todos os nós se desatem e se tornem laços de ternura e de amargura, mas laços, de qualquer maneira. Laços que enlaçam vida e desenlaçam traumas vividos outrora e revividos em outras horas ...
oras! Por quê?
Por que ficar a se desesperar diante do evidente querer sem muitas cobranças, sem muitas desesperanças, sem muitas discrepâncias, exceto aquelas da idade? Por quê?
Porque a vida sempre trouxe tantos sentimentos estranhos nas entranhas que me venho entranhado desses sentimentos que não quero sentir ... me venho desatinado, desprovido daquilo que sempre pude oferecer a quem não podia merecer ... e a quem merece me sinto desmerecido de merecer ... e sou fadado a perecer na vida sem outras vidas que sopram palavras invisíveis nos ouvidos mocos que assistem ao falecer de tudo ... ao carecer de tudo ...
... e tudo sobra ou é pouco ... e eu sofro ... sofro no desejo imenso de nordestinar e dizer que sô frô que desabrocha para a vida ... desabrocha para a alegria de poder dizer que vivo a vida como sempre quis e não estou só. Só estou ... e estando vou me deleitando nos prazeres possíveis de sentir ... na alegria que invade as portas e janelas abertas deste eu-coração-que-bate-no-mundo ... e regozija .... e exala perfume às narinas que se aproximam ... e enternece os olhos que admiram a beleza de uma vida latente ... e eternece. Sim ... eternece o momento ... perpetua o momento ... e fica a admirar ... e mirar as sensações indizíveis ... e não mais fotografar, mas a foto – a do aprender – grafar nas minhas entranhas para que, jamais, nenhum tempo ou quaisquer outros elementos naturais ou artificiais sejam capazes de amarelar ... porque terei tatuado em mim o perfume de existir ... e deixar de resistir à vida, para voltar a residir na vida ... desta vez, sem travesseiros verdes vazios ao lado ... mas com verdes esperanças que podem amadurecer ...
... ou apodrecer ... quem sabe?

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Estou fotografando o perfume.

Natal, 15/01/2010.
De tantos medos que habitam as profundezas do eu, encontrei uma forma de medar sem ficar me sentindo desesperado e de poder conviver com o desespero de desesperar o que sempre esperei ... é como se a vida que se esperava chegasse e pedisse para entrar ... e eu deixasse. Deixei, então.
Deixei de estar a desesperar com muito desespero, e passei a esperar que tudo o que pudesse ser vivido o fosse sem cobranças de mim mesmo e sem que a solidão ficasse à espreita, exalando seu perfume acalentador e levando-me a sentir felicidade com ela. Sei que sua presença é inerente à existência, à resistência, mas também sei que ela pode se afastar por algum tempo e deixar que outros sentimentos permitam sentir o perfume do tempo, deixando que as narinas sejam invadidas pelas palavras invisíveis de bocas sorridentes e alegres de poder ter ouvidos mocos a espreitar a esperança de se ter, de se deter e de se reter no perfume da maresia que embala as ondas que beijam a areia da praia em movimentos leves de lábios oceânicos ... de vida oceânica ... e de verbos transitivos diretos que espreitam as conjunções carnais de pessoas que vivem ...
Deixei de pedir socorro e agora só corro à procura de mais e mais alegrias arrancadas dos lóbulos das orelhas molhadas de saliva de bocas quentes que umedecem a alma de seres opostos, postos lado a lado pelo destino que desatina ...
Estou parado ... disparado.
Parado para poder sentir seu cheiro entre lençóis que recobrem o corpo moreno ... entre travesseiros jogados ao chão para dar lugar ao prazer do toque das peles que sonham estar sempre juntas em momentos de movimentos de prazer e de sombras de árvores plantadas na alma das gentes que gentam .... que sentem a necessidade de estar, apenas. Assim, vou ... sem medos de futuros que jamais chegam, simplesmente a espreitar o agora, a sentir o agora e poder retesar seus presentes com presentes de gotas de suor que alimentam o cheiro do perfume salgado do suor arrancado dos corpos que se juntam em alegres contorções na busca do prazer ... do fazer ... do lazer ... do querer e querer e querer ... Assim, vamos.
Mas não vamos embora um do outro porque somos outros em nós ... sem nós ... porque estamos, ambos, a esperar que o desespero dos opostos se postem do lado de fora dos nossos nós. Não vamos embora, embora estejamos ainda a perscrutar nossos corações que batem no mundo sem termos certeza do que se passa em cada uma das artérias que bombeiam vida em nós, que bombeiam nós em vida e nos dão vida dividida ... vida partilhada ... e, neste desespero em que nos vemos, tememos voltarmos a termos vida parte ilhada.
E que seja, então.
Que seja a gora o momento de fotografar o perfume que exala de nossos corpos reticentes um no outro ... que seja agora o momento de sentir a vida brotar dos poros umedecidos pelo suor que brota das peles ao sol ...
Será, então,
Agora o momento de se
Nadar no
Tesão e
Imergir no
Âmago do perfume do
Gosto gostoso de se poder
Ostentar o amar transitivo?
... talvez ... talvez ... e, desta vez, nada de nadar no nada, nem no nada que é tudo, porque tudo o que se quer, se quer sem que nada impeça. E quem quer, não é nunca impedido de querer, pois querer é inerente ao existir dessas pessoas que sempre querem querer ... que sempre querem poder ... e podem querer o que quiserem.
Somos, nós todos eu-corações que batem no mundo, degustadores de quereres ... e queremos tanto que temos tempo de fotografar o perfume das gotas de suor que surgem de nossos corpos enlaçados ... e, quando houver o desenlace, teremos registrado nossos momentos em nossas almas ... em nossas calmas ... e poderemos dizer que tivemos o que quisemos ... só para poder constatar que ainda estamos vivos ... e vamos, ainda assim, ladrar ao mundo de ouvidos mocos a alegria de termos estado verbos transitivos diretos, cujos objetos comjugam sem preposições ou imposições, os tempos da vida que se vive e exala o perfume da vida.
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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Na profundeza do mundo.

Natal, 12/01/2010.
Não te contei, mas fugi, antes, bem antes de me fortalecezer, para me fortalecer em um eu incognoscível até para mim mesmo. Presságio. Sempre presságio de esperanças que morrerão pelas minhas próprias mãos e pela inanição de meu ser diante da esperança de ser não apenas um eu, mas um nós que se pode ter e conter e deter e reter nas entranhas deste ser só a vida de alegrias com travesseiros cheios de gente ao lado que sorriem ao acordar e levar um beijo nas costas largas que carregam e suportam um mundo de esperanças e desesperos ao som de palavras invisíveis e toques cheirosos de amor sem dor.
É como se fosse uma fuga da felicidade, uma fuga movida pelo combustível do medo da alegria que se sonha a vida inteira e quando chega torna-se tão inteira que dá medo, dá desespero, dá vontade de fugir para todos os outros lugares que tenham travesseiros vazios flutuando no verde do oceano que traz em maresia a alegria de uma solidão a que se está habituado. Solidão sem botos ou brotos, sem árvores que protejam do sol ou sovacos que se possam beijar até que as axilas tornem-se pequenos copos de prazer babado ...
É como se fosse um medo da conjunção, um medo da união, um medo da multidão de sorrisos que invadem a cara dos apaixonados e se enternecem com uma visão de andar estranho e cara sem expressão, que denotam a alegria de estar-se só apenas naquele momento de andar, apenas até chegar até o carro, abrir a porta e entrar no coração que bate no mundo.
É como se a vida pedisse solidão. Mas não a quero mais, quero a conjunção de amores possíveis e de alegrias ao entardecer e ao amanhecer e ao anoitecer e ao enternecer ... e ser eterno amor em verbos transitivos, em verbos transitivos diretos, cujo objeto se une sem quaisquer preposições sem quaisquer imposições, sem ... sem ... sem ... mas com, com muito com ... com de comjunção de comjugações de verbos alegres ... de sorrisos que se enlaçam aos lábios para não permitir jamais vê-los fechados, cerrados ... comjugações de algo que se assemelha à alegria apenas porque há coisas que não há palavras em idioma nenhum para descrever ... apenas se sente e se deleita na alegria de saber que inexiste léxico para descrever sentimentos.
Uma fuga cruel ... fuga de mim e de ti. Ou de ti que vai fugir de mim porque não pode ou não sabe esperar .... e me desespera ... e posso estar fadado a ver o mundo sem fadas, apenas fardas a receber ordens sociais que desordenam a minha consciência vil ... viril.
Não fugirei ... e veremos no que vai se transformar esse desespero de medo de perder o que não se tem ... mas se tem e espera perder por saber que ninguém tem tempo para esperar ... eu mesmonão tinha ... e não posso culpar a pressa que sempre tive em outros não-eu-coração. Mas posso desesperar ... e assim estou agora, a desesperar o que sempre esperei.
Espero poder fugir dessa profundeza de mundo para alcançar a profundeza de você. A sua profundeza que vai se unir a minha para sermos um nós profundo, sem nós, apenas nós mesmos, conosco.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

É ... difício.

Natal, 08/01/2010.
E fui ... e me fortalezeci das minhas inseguranças que reviveram livres e revolveram memórias tristes de momentos que poderiam ser ainda mais felizes se não houvessem os medos a não permitir que as coisas ficassem mais firmes, mais sólidas e se solidificassem nos prazeres das emoções que entornam as lágrimas guardadas no peito ... sem chorá-las ... mas a corá-las com as luzes da alegria que as perolizam dentro do peito que arfa ... e vive.
E vivi ... vivi em ti as alegrias e os orgasmos da alma que retornam sempre que pessoas especiais se tornam reais na existência dessa pele que exala emoção, dos beijos que sussurram palavras invisíveis nos ouvidos mocos das minhas entranhas ... estranhas ... mas minhas e sempre solitárias e solidárias a minha solidão que cavo com minha incapacidade de me mostrar por inteiro porque busco alguém que me encontre, escondido. E encontro, e me escondo na esperança de poder ser encontrado sem desencontros ou desencantos que
Rasgam os
Outros
Muitos sentimentos
Indizíveis, indeléveis e
Leves que
Sempre serão
Ostrentados
Neste ser ostra.
... que serão estranhados neste ser .. que serão estravazados neste ser ... que restarão estagnados neste ser de lembranças alegres de momentos felizes que sopram vida na existência natalina de lembranças fortalezecidas ... e tidas contidas contigo.
E voltei ... voltei para lembrar de ti, para olhar o mar e ouvir sua voz ao telefone sem que as esperanças renascessem, porque não morreram ... sem que as desesperanças vivessem, porque não desespero ... espero.
Na vida, coisas são vividas e não vividas por conta do destino. Destino que não tem tino, ou tem demais e desatina a mim que espero tê-lo – o tino - e não posso ... ou o tenho por demais que me defendo de mim ao não me mostrar para ti – e para os outros poucos tis especiais que surgem pelo caminho - e me obriga a penas falar e arfar para suplantar a emoção de poder estar ao seu lado e cheirar sua alma pelos poros dos lóbulos de sua orelha que beijo, enquanto no horizonte meus olhos enxergam, por entre as pálpebras bêbadas de prazer, os pelos de sua nuca convidando minha boca ...
Embriagado de você, me reservo no medo de mim ... para não traduzir em gestos animais de gozos felizes e carnais as alegrias que a alma de um eu-coração-que-bate-no-mundo-mudo sente ao poder tocar, vivo, um ideal de alma que toca o coração e traz à vida uma esperança de um amar intransitivo, que transita pelas minhas veias e fomenta a alma com as alegrias de saber que você existe ... e não insiste, mas também não desiste ... a penas resiste aqui, a penas reside aqui ... onde constrói um edifício difícil ... e sente a alegria de saber que a vida tem dessas coisas ... que as coisas têm dessa vida.
E vive ... e revive ... e sobrevive a tudo e a todos ... sem sequer se arrepender de viver ... simplesmente porque só quer aprender a viver ... como sempre.
... é ... sei que não foi coincidência encontrar-me contigo ... não foi coincidência reencontrar-me comigo ... precisava, de verdade, de sentir a minha vida por um fio ... sentir que posso viver e reviver as emoções que só minha alma sabe explicar ... precisava poder entrar por minutos num coração com as portas arreganhadas, com as chaves por dentro ... para que a liberdade fosse gritada no silêncio das artérias que bombeavam vida a cada segundo que lá dentro estive ... a cada segundo que minhas narinas viam sua pele e minhas mãos cheiravam seu calor ... e minha alma sobrevoava nossos corpos entrelaçados no mar de meus sentimentos ... sentimentos que palavras não traduzem ... sentimentos que sente-se, apenas.
Assim, embevecido de tudo o que pude proporcionar a mim por seu intermédio, vou neste é-difício em que vivo, cujas janelas e portas são sempre mantidas abertas, para apreciar a brisa do mar que sopra alegria nesta alma que almeja apenas vida ... e pode agradecer de tê-la tido mais intensa sob o calor de seus sorrisos arrancados pela minha língua ao nadar em seu corpo.