Natal, 13/04/14.
Era assim ... andava pela vida e recolhia pedaços de alegria
que eram distribuídos por muitos por poucos minutos e me sentia pequeno de
alegria e vivia, então, pequenos momentos que me eram permitidos. Tinha, em
mim, pequenos desejos de coisas grandes, de grandes emoções e de muitas emoções
grandes que o tempo me deu e que guardava no coração que bate no mundo sem me
preocupar.
Andava feliz e não reclamava da solidão que me acompanhava
pelos dias felizes que me eram dados em doses homeopáticas pelo grande tempo de
vida que tinha em minha alma alegre de ter sido alegrada por muitos sonhos
realizados e por muitas realizações sonhadas e ainda por vir ... vivia e me
sentia assim, grande de minhas emoções e pequeno de tristezas ... não queria
não querer, não queria não amar, não queria não poder olhar para trás e dizer
que não fora feliz, pois fora, e muito ...
Preparava-me para mais e, então,
Estava preparado para continuar a
Querer sentir e ter todas as emoções contidas em
Um único frasco ...
Esperava com esperanças e
Não desistia de, como já aprendera na vida, aguardar
Outros fragmentos de felicidade que poderiam me invadir ...
... e me deixar estar esperando esperanças que me faziam
esperar com esperança de poder sentir a vida sem me ressentir de tudo o que
pude ter em meus braços, que pude deter em meus abraços e de tudo que deixei no
coração mas tive de desatar os laços físicos ...
Andava por aí, andava por todos os lados e sorria e olhava
de soslaio ...
Nada estava mal, mas estava esperando com esperança,
Desejava poder não esperar mais e – de alguma maneira –
sentida meu desejo
Retesado pela vida que me invadia e dava-me, nos dias e
noites de solidão, a
Esperança de poder me desencontrar da solidão para continuar
de mãos dadas enlaçadas à beira do rio que passava em frente dos meus olhos e
me deixava a pular de alegria ao ver-me refletido em suas águas que tremulavam
a minha face e me fazia movimentos de sonhos possíveis.
Naquela noite, esperava nada como tudo que espero, não tinha
amigos à volta para disfarçar a solidão que me acompanhava e nada estava ruim,
tudo estava solidão em mim e não sofria de esperar ... não desesperava também,
pois aprendi na vida que esperar é poder não se desesperar ... e continuar a
estar estando instâncias de mim comigo e de outros consigo mesmos que pudessem
querer não estar só consigo e desejassem partilhar comigo a sua solidão ...
esperava quem não se desesperava e que não queria não querer mais ... e lá
estava você: pequeno frasco de grandes emoções que precisava apenas de ser
aberto para crescer em outro coração que batia, como o seu, no mundo ...
Estamos, então, nos debatendo e recolhendo nossa solidão ao
ostracismo ... estamos, ambos, pérolas que habitam corações vazios de solidão e
cheios de esperanças de não ter mais que esperar ... esperamo-nos diariamente e
não nos desesperamos mais porque esperamos um ao outro invadidos de corações
saudosos de um futuro de esperanças.