quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Nada de greve ...

Natal, 7 de agosto de 2008.

Não, eu não estava de greve ... não estava de férias .... não estava de nada ... estava comigo. E com a minha inseparável solidão .. ela esteve aqui, me perturbando com seus gritos, com suas lamentações, com suas comiserações ... e eu ... aqui.
A Noiva tinha dado uma trégua, estava calma, não chorava. O Sol, então, dela se aproximava e deixava os dias mais quentes, mais gostosos de se viver ... parei de escrever, então, para curtir minha amiguíssima solidão e minha Noiva (é, posso dizer minha porque a escolhi, moro nela, né? Não precisa ficar, você natalense, com ciúmes, nesta Noiva, todos têm vez) agora, ela ta chorando .. eita ... volto para mim mesmo, então ...
Volto e fico a pensar o que será que está acontecendo aqui dentro. Sei não! Sei que não tô nada ... não tô triste, não tô alegre, não tô ... mas tô ... tô pensando em mim.... e nas coisas que quero para mim. Quero o Carteiro, só ele ... nada de ficar loucamente procurando outros braços para me sentir o Carteiro. Sou ele e não sei se quero dividi-lo agora com qualquer outro ser vivente ... talvez não queira ... e não tenho de querer, tenho? Não...
Visitei bocas ... gostei delas ... boas para se sentir acalentado (vê, acalentado é uma palavra assim, sem emoção .... Ei, como cê tá? Tô acalentado ... Valha!) e nada mais ... Encontrei até algumas que me fizeram pensar em ser mais do que um alento .... deu não ... eram do Ceará .... (Droga! Vê .. agora tem emoção ... porque quando a gente fala “droga!” ou “Merda!” ou “Puta que pariu!” tem emoção .. e a emoção é gradada assim, desse jeito, a primeira, pegando o tranco, a segunda mais intensa e a terceira, bem a terceira, “puta que pariu!” – rs) é isso ... eu tava pegando no tranco ...
To agora em marcha lenta .. primeira ou segunda, sabe? Ando, vejo a paisagem olho uma boca aqui, outra ali ... entro numa, sinto o clima ... viro de lado.... encontro outra .. nem entro ... outras me olham, sorriem .. ignoro .... e vou seguindo ... como se a vida fosse isso: visitar bocas ....
Depois vejo o que faço com o resto ... Ah ... tem o resto .. e o resto é ficar aqui e ali, ensinando isso para alguns aquilo para outros, aprendendo para ensinar ... ensinando para aprender ... Vida de ensinante é assim mesmo ... trampo, trampo, trampo ... em alguns momentos, grampo ... é ... tem grampo aqui e acolá ... grampo em forma de aluno, grampo em forma de chefe ....grampo ....
Mas é só esperar, pegar o grampo, por no cabelo e sair assim como Fita Verde no Cabelo ... descompromissadamente mas muito comprometido ...
Lembrei de uma musica que a Gal gravou .... ficou linda na voz dela (é, sei que ela fica gritando feito louca, ms esquece aqueles graves malditos que só ela tem e escuta) : Socorro eu num tô sentindo nada .... nem medo nem calor ... nem vontade de chorar, nem de rir .... Socorro alguma alma mesmo que penada me empreste suas penas ... Já não sinto amor, nem dor .. (eita dor de cotovelo ...)
Só que tô com dor de cotovelo não ... to simplesmente comigo .. querendo estar comigo e com as poucas amizades que fiz (ou me fizeram) nestes últimos meses ... tá legal assim ... tá bom assim ... tá interessante assim ....
Sabe aquele desespero de encontrar braços e ombros para me recostar? Então .. tem mais não ... e é tão bom ter desespero não que cê nem imagina ... fico agora feliz com o Carteiro, é, eu, o Carteiro ... e espero que os braços e ombros que vão surgindo no caminho, que as bocas que vão surgindo no caminho sejam bons, por si, para si .. e para mim como conseqüência ... inverti a ordem .. e to é feliz com isso ...
Mas to dando muita risada não ...tô na lida ... e num to de greve ... tô fazendo operação tartaruga ...
Ei ... e cê? Tá como???

Um comentário:

  1. e eu? tô com tu... o tempo inteiro, mesmo que não vejas, como alma penada sem 'penas'...

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Se gostou ... e se não ... me diga ... quero saber o que tocou em você esse tempinho que você passou comigo.