Natal, 08/04/2012.
E assim a vida se enche de vazios. Vazios de dores que
assombram os sorrisos que apagam e amargam os prazeres vis e viris de pessoas
que se sentem felizes por estarem tristes de viverem cheias do vazio que
carregam consigo ... Assim a vida se fortalece de parcas fortalezas fracas que
se anunciam eternas e se tornam apenas ternas ... Ah! Sim!
Ao tentar reverter o tempo, revejo o ter e o querer para
sentir que nada tinha e que tudo que tinha era muito mais do que nada ... pois
o nada que é tudo se transforma em quase nada com o tempo ... tempo que amarga
o doce da vida ... tempo que adoça a vida amarga e enche nossos corações de
esperança de se ter um nada que se faça tudo mesmo que pelos segundos que nada
significam no universo dos anos que vão amarelando todos os tudo que
encontramos pelo caminho que não possui pedras, mas rochas enormes que devem
ser removidas, sem serem demovidas as convicções ganhas pelo existir, pelo
elixir de sorrir a todas as dores aparentes e deprimentes que nos são dadas
pelo simples fato de respirarmos, de pirarmos ...
Mas não reverto o tempo, reverto meus sentimentos com
relação ao tempo que pedi amor e recebi calor de gravetos incandescentes de
carência que supriam as minhas dependências sem acenderem os troncos de desejos
que entroncavam minha vida que agora morre aos poucos no vazio de se ter um
vazio cheio de lembranças ... de esperanças que se perdem no fogo dos momentos
inócuos de amor, mas cheios de desejos de amar intransitivamente ...
Assim transito entre os predicativos dos sujeitos e dos
adjuntos que vão sendo deixados junto de outros pelo trânsito do existir, do
insistir, do resistir, do desistir e do redescobrir que a desistência é também
uma forma de resistência e de insistência para se manter a existência nesse
mundo mudo que grita feliz idade e infelicidade por se ter a idade de saber
quando se deve poder fazer algo para manter a sanidade.
É desta maneira que a vida sorris vis sorrisos tristes e nos
fornecem fortalezas fracas para que possamos aos poucos soltar gargalhadas que
ofuscam as dores e fortalecem o desejo de apagá-las com o vazio saudoso.
Saudoso de tudo prementemente ...
Saudoso, na verdade, dos sorrisos vis que não apagam as
dores, mas apenas colorem o vazio com um arco-íris de inúmeras nuances de
prazer, de ânsias nuas de desejos cobertos de calor eterno e terno e tenro.
Desejos que cobrem as dores e ofuscam os odores das flores do jardim da nossa
casa, que morreram quando você fortaleza fraca se levou consigo e não insistiu,
desistiu e não resistiu aos gritos da
vida lá fora, que diziam para que tu fostes com ela ser eterno ...
... para que eu pudesse seguir eternamente terno, e grato
por ter as dores apagadas por sorrisos vis de fortalezas fracas que retiram a
saudade do vazio.
Por isso, vadio.
E chega o momento que você percebe que não tinha nada, e que perdeu tudo... Assim, o circuito se completa para mais uma largada (in)certa.
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