terça-feira, 11 de novembro de 2014

E então ... a vida comtinuahhh

Natal, 11/11/14.
Quando pensei que a vida estava consertada, desconcertei-me ao ver que nada tinha conserto e que, mesmo em um concerto, instrumentos gritam alegrias tristes que desconcertam a existência sem conserto que, por certo, não se percebe sequer em um pequeno excerto o que, de fato, se consegue com um aperto ... quando pensei que a vida estava concertada, ouvi os desafinos dos violinos que rugiam, dos baixos que eram agudos, das flautas que urravam ... dos pratos das baterias que eram pratos vazios de comidas sonoras ... quando pensei, era um agora, era um agora ...
Agora que, na vida, grita solidão que se deve ter sempre por perto para fazer companhia,
Nega alegrias duplas, provém alegrias unas para a dualidade de um ser só
Deposita esperança nos elementos poucos de muitos sentimentos partilhados e partidos
Regurgita passos passados presentes no coração que bate no mundo  
Espera que tudo se torne novamente vida envolvida na vida de outra vida (re)vivida ...
...
É assim ... a vida nos reveste de palavras que exigem serem retiradas de tudo e de todos para revestir-nos de nós mesmos e resistirmos a nós mesmos para que sejamos aquilo que revestimo-nos constantemente.
E há sim esperança, mas não uma esperança assim, esperançosa, mas uma desesperança aí sim desesperançosa que desesperadamente faz simplesmente aquilo que lhe cabe, aquilo que lhe é permitido: espera e não se desespera.
Esperança que não desespera a si, mas desespera a simplicidade de tudo e que a tudo deixa de esperar pelo simples fato de que esperar não é uma palavra com a qual nos revestimos ... é uma palavra que resistimos gritar porque tememos desesperar ao pô-la em nossas bocas que se unem em momentos em que a saliva grita significados ... e regurgita passados que nunca passam porque incrustam-se em nós e fazem-nos presentes passados a limo.
E assim, tua nudez coberta de notícias reveste-se de uma nuvez que obstrui os raios solares em encobrem o céu com as lágrimas evaporadas com o calor do desespero mantido nos olhos e não permitem que a sua nudez seja vista, porque é revista por olhos cobertos de palavras e protegidos por salivas não ditas, por salivas cheias de notícias que envolvem a inexistência de desesperança...
Quando pensei que a vida estava concertada, não tinha concerto: tinha silêncio de todos os instrumentos que aguardavam uma boca que os assoprasse os sonoros, de uns dedos que dedilhassem os de corda ... então, parei de ouvir meu pensamento mudo de palavras eloquentemente não ditas e de lágrimas silenciosas que molham a imagem que não pode ser vista porque inexiste.
Quando pensei ... dispensei ... depois, despensei o que pensei para repensar no que poderia pensar se tudo pudesse continuar ... e como não falamos erres finais, fiquei a ouvir meus olhos gritarem silenciosamente palavras liquefeitas que brotam naturalmente e são intensificadas por lágrimas nascidas de seu coração que me olhavam e intensificavam o desejo de pensar, por segundos viris, a vida comtinuahhh.

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