Natal, 15/01/2010.
De tantos medos que habitam as profundezas do eu, encontrei uma forma de medar sem ficar me sentindo desesperado e de poder conviver com o desespero de desesperar o que sempre esperei ... é como se a vida que se esperava chegasse e pedisse para entrar ... e eu deixasse. Deixei, então.
Deixei de estar a desesperar com muito desespero, e passei a esperar que tudo o que pudesse ser vivido o fosse sem cobranças de mim mesmo e sem que a solidão ficasse à espreita, exalando seu perfume acalentador e levando-me a sentir felicidade com ela. Sei que sua presença é inerente à existência, à resistência, mas também sei que ela pode se afastar por algum tempo e deixar que outros sentimentos permitam sentir o perfume do tempo, deixando que as narinas sejam invadidas pelas palavras invisíveis de bocas sorridentes e alegres de poder ter ouvidos mocos a espreitar a esperança de se ter, de se deter e de se reter no perfume da maresia que embala as ondas que beijam a areia da praia em movimentos leves de lábios oceânicos ... de vida oceânica ... e de verbos transitivos diretos que espreitam as conjunções carnais de pessoas que vivem ...
Deixei de pedir socorro e agora só corro à procura de mais e mais alegrias arrancadas dos lóbulos das orelhas molhadas de saliva de bocas quentes que umedecem a alma de seres opostos, postos lado a lado pelo destino que desatina ...
Estou parado ... disparado.
Parado para poder sentir seu cheiro entre lençóis que recobrem o corpo moreno ... entre travesseiros jogados ao chão para dar lugar ao prazer do toque das peles que sonham estar sempre juntas em momentos de movimentos de prazer e de sombras de árvores plantadas na alma das gentes que gentam .... que sentem a necessidade de estar, apenas. Assim, vou ... sem medos de futuros que jamais chegam, simplesmente a espreitar o agora, a sentir o agora e poder retesar seus presentes com presentes de gotas de suor que alimentam o cheiro do perfume salgado do suor arrancado dos corpos que se juntam em alegres contorções na busca do prazer ... do fazer ... do lazer ... do querer e querer e querer ... Assim, vamos.
Mas não vamos embora um do outro porque somos outros em nós ... sem nós ... porque estamos, ambos, a esperar que o desespero dos opostos se postem do lado de fora dos nossos nós. Não vamos embora, embora estejamos ainda a perscrutar nossos corações que batem no mundo sem termos certeza do que se passa em cada uma das artérias que bombeiam vida em nós, que bombeiam nós em vida e nos dão vida dividida ... vida partilhada ... e, neste desespero em que nos vemos, tememos voltarmos a termos vida parte ilhada.
E que seja, então.
Que seja a gora o momento de fotografar o perfume que exala de nossos corpos reticentes um no outro ... que seja agora o momento de sentir a vida brotar dos poros umedecidos pelo suor que brota das peles ao sol ...
Será, então,
Agora o momento de se
Nadar no
Tesão e
Imergir no
Âmago do perfume do
Gosto gostoso de se poder
Ostentar o amar transitivo?
... talvez ... talvez ... e, desta vez, nada de nadar no nada, nem no nada que é tudo, porque tudo o que se quer, se quer sem que nada impeça. E quem quer, não é nunca impedido de querer, pois querer é inerente ao existir dessas pessoas que sempre querem querer ... que sempre querem poder ... e podem querer o que quiserem.
Somos, nós todos eu-corações que batem no mundo, degustadores de quereres ... e queremos tanto que temos tempo de fotografar o perfume das gotas de suor que surgem de nossos corpos enlaçados ... e, quando houver o desenlace, teremos registrado nossos momentos em nossas almas ... em nossas calmas ... e poderemos dizer que tivemos o que quisemos ... só para poder constatar que ainda estamos vivos ... e vamos, ainda assim, ladrar ao mundo de ouvidos mocos a alegria de termos estado verbos transitivos diretos, cujos objetos comjugam sem preposições ou imposições, os tempos da vida que se vive e exala o perfume da vida.
Click.
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Já te amava, sempre te amei. Mas agora ainda mais, ao ver você poder querer, se permitir querer o que sempre quis, ainda assim, sem deixar de querer poder!
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