Natal, outro/dia/se quer
Impregnado da alegria que exalava, que vertia de seus poros,
sorriu.
Dias assim passaram a ser constantes, dias em que nada era
tudo, e nada importava.
Antes, nada disso havia. Havia apenas coisas que fazia a
penas.
Deveria preservar suas penas para voar, arrancava-as
diuturnamente: como pinto pelado se sentia. Era assim, sem um ti, preso ao chão.
Esperava por uma exterioridade que lhe interiorizasse os
desejos e o fizesse ávido de vida.
Nada adiantou esperar ... vivia esperando esperanças, mas
quando veio a ter esperanças, já não sabia ter esperança.
Agradecia a Fernando, pessoa importante, por ter-lhe
ensinado que não havia esperança.
Ostra ... sentia-se uma ostra rejeitada por todos os
clientes do vendedor da praia. Uma ostra que voltava sem suas amigas chupadas
por lábios ávidos de sua essência.
Insistia em não ter olhos para si...
Morria a cada dia que sentia desejos de ter, em tis, desejos
e anseios.
Pobre! Pobre! Pobre!
Osculava a todos e não beijava ninguém ... era assim,
Raso. Não sentia nada além da epiderme ... era assim, epiderme,
derme ... verme.
Troglodita consigo ...
Amava a todos e por todos que amava sentia desejos de
eternamente. Tinha éter na mente... vivia envenenado de seus exteriores, de
fumaças alegres jogadas em baforadas em todas as partes de seu corpo. Por
vezes, chegaram à hipoderme, foram sempre hipo...
Então, um dia, dormiu,
Xafetão cheio de fios, sem energia ...
Para nunca mais acordar ....
Ostra morta! Finalmente.
Ressonava ... sentia o cheiro de sua alegria, de sua
felicidade.
Travou consigo uma dúvida, um medo, um desejo, um ... Era
Orlando, de Virgínia.
Acordou.