sábado, 12 de julho de 2008

Paratempo! Corretempo!

Natal, 12/07/2008.
- Cê tá onde?
- No carro .. se me levantar, mijo .... te ligo.
... tic tac tic tac tic tac tic tac …
- Fiz merda ….
… tic tac tic tac tic tac …
“obrigado por sua sinceridade, se eu já gostava muito de você, agora gosto mais ainda ...”
É assim, ninguém perde por ser verdadeiro, por ser franco, por segurar forte o pau na boca e dizer “chicoteie” ... e pensar consigo “não vou gritar” ... e não gritar.
As razões que nos levam a fazer as coisas que fazemos quando fazemos do jeito que fazemos e fazemos e fazemos não são razões explicáveis pela fazeção da coisa .... são explicáveis por nada que possa se pensar explicante ... são as nossas razões.
Arcar com os quetais de nossos quetais é um ponto importante nos quetais da vida, nos quintais da vida... Errar ... humano. Sim. Humanerrar.... e errar e errar e errar e errar e rar rar rar ... ar ar ar ... arfar. Ufar...
É ufar. Ufar é o verbo que usamos depois que fazemos o que temos de fazer mesmo que não queiramos, mesmo fazer .... é preciso fazer. Fiz. Ufa! ... Ufei.
Enfrentei de frente o que tinha de enfrentar ... fragilizei-me, fui frágil, fiz, fiz ...e agora. Consertar? N~]ao dá ... Uma fez feito. Ta feito. Vira um defeito. Assim, simples. Se foi feito, fica o defeito. Não interessa se foi bem feito ou mal feito. O fato é que foi feito. Não tem jeito. Abre o peito .... ponto ... Ufa.
Que será que faz com que as pessoas, as coisas e as palavras sejam como são? Que será que faz com que ficar por aí ufando e ufando seja algo tão difícil para todos os outros que não querem ufar?
... Sei lá ... Ufei. Doeu ... mas ufei. Fiz. Disse que fiz. E daí? Bem .... daí que agora é preciso desfazer? Não .. tem que carregar consigo o defeito de ter feito ....
- Bem feito! Diz alguém que não sabe ufar. Foi idiota: Bem feito.
Sim, bem feito mesmo.
Ei, sabe .. tem um travesseiro lá no catre que gosto de recostar minha cabeça nele todas as noites. É, eu o catre, o travesseiro. O corpo no catre, o catre no chão, o travesseiro sobre o catre e embaixo da minha cabeça que recosta no travesseiro recostado no catre recostado no chão.
E lá, acima da cabeça recostada no travesseiro recostado no catre recostado no chão não tem culpa.
Culpa. Guilty!
Sim Não vai abrir nenhum buraco no chão .. não tem culpapesada (ou seria pesadaculpa?).
A culpa é assim. Parece uma broca de furar parede de concreto ... começa parecendo um motorzinho de dentista (que já é desagradável) acaba parecendo uma britateira (insuportável).
Dê um tiro na culpa. Mata ela! Shot the guilt!
There´s nothing to be guiltuy of
Our love, will climb any mountain
Near or far,
We are …. É a Barbra Estráizand (assim, com d mudo para ficar mais chique, porque a gente não pronuncia o i no final da palavra ... cê sabe, né? Fica assim parece que você assoprou o beiço inferior – chique o ingreis ...)
Ah, por que eu lembrei da Barbra? Ah .. Para ficar mais chique .. não para lembrar que não há o que se culpar ... fez merda. Beleza ... esfrega a merda na parece. Não esfrega o sangue na parede.... O sangue vai causar mais impacto .. ..
E depois? Num sei ...
... tic tac tic tac tic tac ...
- Posso te pedir um favor?
- Pida!
Ei ... ce consegue entender que as coisas não são assim tão fáceis ... o tempo (É aquele que bate na porta da frente e tem inveja de mim porque sabe passar e eu não sei) é o único que pode dizer o que está certo e o que está errado. O tempo traz rugas ... e traz outras coisas também: pelanca ...
- Pede, vai?
- Dá para parar ou adiantar o tempo?
- Não.
Simples assim .... não pára. páratempo! páratempo! corretempo! corretempo!
Não, ele responde. Calmamente. No seu próprio tempo.

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