Natal, 14/10/2008.
Saudade é um sentimento estranho, esquisito, estapafúrdio, esdrúxulo, esqualquercoisa. É saudade e ponto. Definir o que se sente ao sentir saudade é pensar que se está longe aquilo que se quer perto ... é olhar para o passado e querê-lo de volta ... é é é ...
Mas estou sentindo uma saudade minha, uma saudade de um futuro pensado, desejado, almejado, alvejado ... é ... alvejado. É isso.
Não estou com saudade de ouvir os narizes conversando brisa quente, não tenho saudade das palavras líquidas, não tenho saudade dos toques. Não, não tenho. Quero-os, apenas. E me conforto com o meu querê-los. Tenho é saudade do que passei a sonhar quando percebi que os aries sopravam esperança ... quando percebi que a solidão estava sorrindo para mim um adeus de alegria ... quando notei que o coração não estava morto .. e quando percebi que quando vim a ter esperança, eu ainda sabia ter esperança ...
Percebi, também, que os aries sopravam mãos enlaçadas fugitivas do céu ... livres a brincar na água das nuvens antes de cair na terra e perceberem que tocavam a realidade ... realidade que foi real por 4 meses, 3 semanas e 2 dias que duraram a realidade de 113 minutos. Cada um dos quais em que se percebia que
Hoje,
Estar
Livre
Implica
Osmose ... e isso não é uma contradição ... é uma contração ... enlacemos as mãos na realidade então ... na realidade que pode ser raridade, sanidade ... e percorrer a idade.
Nesta cidade, não vamos fazer como Lídia à beira do rio, que vai ter ao mar, e nos deixar ouvir que
Mais vale saber passar silenciosamente
E sem desassossegos grandes.
Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,
Nem invejas que dão movimento demais aos olhos ...
... simplesmente porque não vamos ter-nos ao rio, teremo-nos ao mar, adiante ... onde tudo é sal e brisa, sol e brisa, lua e brisa e os aries sopram brisas quentes em meio a palavras líquidas.
Não vou, eu, de cá, tergiversar ... não, não vou.
Não tergiverso há tempos, porque aprendi a vida viva vivendo em mim ... e na solidão compartilhada que me acompanha ... apreendi ambas, ambas, vida e solidão, contenho-as em mim, assim, pleonasticamente expressas em um ser solidão-viva, que vive-solidão ... e espera, dormindo espera, com uma grinalda de hera.
E ... se antes era ignorado, hoje, sem saber que intuito tem, rompeu o caminho fadado e, pelo processo divino que faz existir a estrada, trouxe aries de saudade ... saudade de um futuro que bate à porta, com o vento que sabe passar ... e me deixa a sensação de que eu, não, não sei passar, porque, ao passar, passa comigo meu coração que bate no mundo. Passamos juntos, sempre. Carrego-o em mim. Somos um eu-coração. E enquanto existir a união eu-coração, existirá vidavivavivendoemmim, que é mais vida quando, por osmose, sinto aries a soprar brisa quente, devo confessar.
Defeitos, desfeitos ou (já) feitos?
-
Nesse momento, eu mesma não tenho certeza de muitas coisas, mas tudo que
sei a meu respeito é muito doloroso, senão feio demais. Assim, aqui chego
para con...
Há 12 anos
Saudade do Futuro??? TODAS!!! Na verdade, saudade de ter, no futuro, uma saudade de nós, sós, a sós, em nós, em vós, em vozes... Em nossas vozes, que por algumas vezes, mesmo sem permitirmos, mas por total cansaço, nos leva a divagar, a ir devagar mesmo, tentando "tergiversar"... Ah! Lembrei! Ao versar, em meio a tantas conversas, aprendi com você 'essa'. Não, não é isso. Não foi exatamente assim que tudo aconteceu... Apenas aconteceu que tentei tergiversar..., ao ouvir teus eus, na verdade, tantos eus de mim em você, em vós, em vozes, que insistem em sair da sua boca, não me permitindo, simplesmente, ser eu simples e mente... é... um eu tergiversante, a tergiversar de suas saudades, ansiedade, de tu de mim, das nossas insanidades, de saudade... De saudade de ter, HOJE, saudade de tudo... do futuro!
ResponderExcluir