Natal, 6/11/2008.
Na lógica da realidade, o ilógico. Lógico! Como é que as pessoas estão neste mundo irreal, que sentem real, e imaginam que estão em estágio de equilíbrio? Sei não. Afinal, o que é o equilíbrio na visão de tantos outros eus-corações-mentes que se sentem mais mentes do que coração e mentem que são coração? No fundo, são não. São mentes subordinadas às mentes dos outros todos, com pré-conceitos tão incognoscíveis que, no trato com o não-outro, perdem sua noção primordial de mente, porque não se explicam nem os outros pensantes, nem os pensamentos dementes. E mentem, mentem para sentirem-se mais iguais a todos os outros iguais que vão igualando sua existência nas mentes perturbadas pela simples vontade de serem reconhecidos sem distúrbios ... por quê?
Porque não compreendem que a existência equilibrada está centrada no próprio eu em relação ao outro, não no outro em relação ao eu. É isso.
Ao se preservar da ação do outro, permitindo-se situar-se em si como centro de um universo dicotômico, o eu-coração deve respeitar a si, para que todos os outros todos o respeitem. E não faz isso. Todos os outros tantos outros são determinantes e fazem com que o próprio eu se perca na infinita vontade de ser o outro ou do outro, ou de estar com o outro ... desejo infundado, porque o outro é outro ... e só. Esses todos outros carentes de outros são como tubos vazios de eus. São tubos que, em sua ponta circular, represam todos os anseios dos outros e, na outra ponta, aberta, recebem como que num ânus de tubo os excrementos de todos os outros e não os filtram ... detém no seu fundo todas as merdazelas dos outros: merdazelas, sim, mazelas de merda de gente que não sabe gentar porque precisa da aprovação do outro incógnito, abstrato.
E assim gatinha a humanidade.
De todas as lógicas que o tubo comporta, dez se destacam. Os dez divinos mandamentos sovinos de homem. Ou de homens sovinos que economizam seus eus-próprios para que não se sintam impróprios ...
Não para todos. Lógico!
E para todos os não-todos, o descaso. O rótulo de desequilíbrio, porque não conseguem ver, todos o não-todos como um dez equilibrado. Simples assim. Uma pequena alteração na grafia e a manutenção na fonética proporciona uma clara percepção de como todos os todos são analistas cegos, que se subordinam a noções acústicas, cheias de ruídos, que, sem entender, assumem como reais ... surreais, na verdade.
Surreais porque entendidas por via escusa, por via obtusa de uma percepção falha e hipócrita, sem qualquer pé real na realidade abstrata que pensam ser concreta. Concreto é seu pensamento: duro, imutável ... preso num homem que não se conhecia a si, que não conhecia Freud, que não conhecia Lacan, e que não conhecia o homem que tem uma existência própria (imprópria, às vezes), mas sua e real, sua e leal. Simples assim. São outros tantos eus incognoscíveis de si mesmos que precisam depreciar os outros todos não-todos para sentirem-se um todo completo e concreto. Fodam-se!
É que librar é, então, sentir-se si em si mesmo e reconhecer o outro idiossincrático sem querer deste outro outra coisa que não o seu eu, o seu si, completo, complexo, idiossincrático ... e antagônico aos processos de subordinação a que os outros todos se submetem. Por quê? Porque é preciso produzir novos eus autônomos, perfeitos em sua imperfeição, e avesso às subordinações inconseqüentes e irracionais, cegas.
Estes todos não-todos são a mola de novos todos respeitadores, novos todos que se consubstanciam com os outros todos outros divergentes e deles abstraem-se para se tornarem eus-mesmos de si relacionando-se com todos os outros todos existentes, com todos os não-si que permanecem vivos em seus sis-clivados ... e ainda assim, respeita-os.
Para todos os todos aí, concretos, uma revelação: sou não-todo ...
e não estou sozinho.
Somos muito mais de dez equilibrados com nossos muito mais de dez tubos pseudo lógicos a andar no mundo, a penar no mundo, a pensar no mundo, a pertencer a mundo a mundar ... mundamos todos neste mundo imundo que todos vocês, indiscretamente tentam manter aparência bela, mas escondem pouco a terra podre em que plantaram suas consciências cegas às evidências.
Continuem, então, a entender o universo acusticamente. Fechem seus olhos para a evidente diferença entre desequilibrado e dez equilibrado ... até que a vibrante z se torne uma britadeira no sibilante s de seu des ...
Porque chega um momento em que não se tem mais desequilíbrio, desatenção, desemprego, desespero ... e tudo torna-se, potencializado por todos os não-todos, dez equilíbrio, dez atenção, dez emprego, dez espero ... enquanto todos os vocês-todos ainda se desesperam ... porque desequilibrados cegos, jamais serão dez equilibrados.
Defeitos, desfeitos ou (já) feitos?
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Nesse momento, eu mesma não tenho certeza de muitas coisas, mas tudo que
sei a meu respeito é muito doloroso, senão feio demais. Assim, aqui chego
para con...
Há 12 anos